Você me liga dizendo que só tem meia hora livre. Eu aceito. Não me importa o tempo que você fique, contanto que venha. Você diz que tem compromisso depois e não pode atrasar. Mas mesmo assim, corrido, você diz que vem. Sem nenhum convite, mas você diz.
Talvez você pense já ser "da casa". Talvez seja. Porém, quanto a meia hora livre, nós dois sabemos: você sempre fica mais um pouco e acaba se atrasando. Eu gosto de estar com você e talvez o amor seja, nada mais nada menos que, o "gostar de estar".
Odeio ter que manter a postura, mesmo quando somos só nós dois na rua quieta e escura. Odeio lembrar que cheguei a odiar teu fogo por estar morta de sono. Odeio não me perdoar por isso. Odeio você só ter meia hora. Odeio você não poder ficar pra mais umas mil e uma noite seguidas.
Só pra pagar as raras vezes que você quis, mas eu não fui. Aquelas vezes que você já estava pronto e eu desisti. As vezes que chegamos até a quase certeza do amor que nutrimos um pelo outro. Aquelas horas contadas. Horas que você envolve com seus braços minha cintura, me beija depressa e intensamente enquanto tuas mãos caminham pelo meu corpo e diz que vai voltar.
Pra continuar. Pra amar. Aquelas "meia hora" sagradas. Aquelas "meia hora" que eu penso que nem todas as horas do mundo seriam suficientes para que nossos corpos parem de queimar, arder amor.
0 comentários:
Postar um comentário